sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lidestor

     O que leva uma empresa a iniciar as atividades? Um desejo intenso de uma pessoa? A reunião de dois, três ou quatro amigos idealistas, empreendedores ou não, decididos a colocar ideias e criatividade em prática e resolvem iniciar a caminhada pelo “mundão empresarial”.

    Nos sonhos, os novos empresários acreditam na recuperação do capital investido em dois anos, ou menos, e vislumbram um panorama otimista para os próximos 10 ou 15 anos, algo como tornar-se uma multinacional ou, então, a chegada de algum megainvestidor antenado e alinhado com os objetivos que deram vida àquela organização.
     Na prática, a realidade é outra. É claro que o esforço, a tenacidade e, principalmente, a paixão marcam o início de toda organização vencedora. Entretanto, o tempo de vida dela será determinado por fatores como visão, valores e, de forma pragmática, a gestão. Se estes três elementos estiverem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideologia central, esta corporação estará apta a fazer parte do seleto e cada vez menor rol das “empresas centenárias."
     Os últimos sobressaltos do mercado, caracterizados como crise, mostraram o verdadeiro papel da gestão empresarial para a sobrevivência das empresas. E quando falo em “gestão”, quero dizer a combinação prática do binômio TI e pessoas. A organização só é sustentável a partir do momento em que consegue conciliar estes dois termos. Agora, imagino os mais apressados e incautos inquietos e ávidos por me perguntar “mas o foco no cliente não é a razão de tudo?” Também sou partidário desta tese! Porém, se o gerenciamento for ineficiente, o foco no cliente fica à deriva.
     Metodologias para lá de conhecidas como BSC (Balanced Scorecard), BPM (Modelagem de Processos de Negócios, na sigla em inglês), Lean (sistema percussor do Toyotismo) e Seis Sigma são fundamentais para que as empresas possam conduzir pessoas e tecnologias de forma harmônica, com produtos focados inteiramente no cliente, afinal é ele (o cliente) quem decide se a corporação deve ou não continuar a existir.
     Porém, as metodologias podem apenas indicar as ferramentas certas para a manutenção da operação nos eixos, mas para indicar o caminho para sair-se bem no futuro, o Lidestor, ou seja, o empresário ou executivo que reúne as características de líder e gestor ao mesmo tempo, é essencial. Afinal, à exceção de motivos não éticos, as organizações começam a caminhar para um estado terminal quando seus dirigentes se afastam cada vez mais da figura e do comportamento do líder gestor.
     Uma das características mais marcantes dos executivos das “empresas moribundas” é a soberba. Em geral, o quadro gerencial destas companhias demonstra um sentimento de altivez originado pelo sucesso de outros tempos e isso acaba corroendo os ambientes interno e externo. Os executivos imodestos ignoram os preceitos da boa gestão e buscam o crescimento de forma míope e indisciplinada, ignorando os riscos decorrentes de desvio do foco central e, quando os indicadores negativos começam a aparecer, eles tendem a colocar a culpa no mercado, na concorrência, na crise e até no azar.
     Muitas empresas acreditam que com uma fusão estratégica ou a contratação de novos executivos será possível reverter a queda livre. Evidentemente, e se ainda houver vigor financeiro, essas ações podem vir a dar certo. Mas, na maioria das vezes, é tarde demais. Quando o distanciamento entre liderança e gestão é muito grande, pouco pode ser feito em curto prazo. Não é viável uma companhia ter sucesso sem que haja uma disciplina no cumprimento das regras de negócio, inclusive com fluxo de caixa sólido, e, por que não dizer, alegria de se trabalhar nela. Essas duas vertentes são as molas propulsoras para garantir a sustentabilidade e a vivência das organizações.






* Dieter Kelber é presidente do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual - www.insadi.org.br) Email: dieter.kelber@insadi.org.br


terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Profissional Ideal.

Complexo, veloz e imprevisível. Essas são somente algumas das características do mundo dos negócios, que exige cada vez mais dos colaboradores equilíbrio físico e mental, de acordo com Gutemberg B. de Macedo, presidente da Gutemberg Consultores.

Por isso, o profissional deve ser responsável, ter atitude, não deixar a própria carreira depender de outros profissionais, estar sempre atento aos acontecimentos à sua volta e traçar o próprio destino... Assim, será um profissional classe A.

"Antigamente, eram as empresas que decidiam quais as atividades seriam destinadas para cada tipo de profissional. Hoje, é o profissional que cria seu próprio destino, ele é responsável por si só", disse Macedo.

As 14 Dicas

Para conseguir guiar seu destino com sucesso, o profissional deve seguir as dicas abaixo, de acordo com o consultor:
  1. Criar seu próprio destino;
     
  2. Ser singular;
     
  3. Não desistir de suas ideias;
     
  4. Não deixar para amanhã o que pode fazer hoje;
     
  5. Não sacrificar a vida pessoal pela profissional;
     
  6. Fazer avaliações periódicas de si mesmo, no âmbito pessoal, familiar e profissional;
     
  7. Ser intolerante diante da complacência e de um trabalho inferior;
     
  8. Buscar e formar alianças estratégicas;
     
  9. Prestar atenção aos detalhes, mas se manter atento ao todo;
     
  10. Demandar a excelência em tudo o que empreender;
     
  11. Focar nos pontos fortes das pessoas e não em suas vulnerabilidades;
     
  12. Ouvir mais do que falar;
     
  13. Trabalhar duro e disciplinadamente;
     
  14. Colocar-se como cliente e atender a todos da maneira como gostaria de ser atendido.

sábado, 12 de setembro de 2009

Autonômo ou Micro Empreendedor Individual

     Estava passeando hoje pela internet lendo umas coisas e me deparei com o MEI (Microempreendedor Individual). Foi lançado em julho pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Atualmente não está presente na Bahia, mas daqui para o fim do ano há de estar. Só se enquandra o autonômo que realiza as Atividades Permitidas, tem faturamento anual de até R$ 36 mil, não pode ter sócio, nem trabalhar em outra empresa e nem ter mais de um empregado
     Algumas vantagens em se formalizar é ter ajuda gratuita tanto Sebrae quanto de uma empresa de contabilidade, obter aposentadoria, ter auxilio-doença e licensa-maternidade, além de tratamento diferenciado no pagamento de impostos e ser dispensado de emitir nota fiscal para o consumidor, porém é obrigado a fornece-la a orgãos (que a exigem) para a comprovar a realização dos serviços. O custo mensal para ser MEI é o valor do imposto único mensal que consta no Documento de Arrecadação Simplificada (emitida no site), R$ 55,15 (INSS), mais R$ 5 para prestadores de serviço e mais R$ 1 para quem realiza atividades ligadas ao comércio ou a indústria.
     Uma vez por ano, até o final do mês de janeiro deve-se fazer a declaração anual de faturamento na receita federal, somente para efeito de corroboração já que o MEI é dispensado de pagamento do IR (Imposto de Renda). No primeiro ano conta com ajuda gratuita de cum contador para tal.
     Todo processo de abertura da empresa é feito pelo site Portal do Empreendedor. Deve escolher um nome, verificar se já existe e fazer a inscrição no site. Realizado isso o MEI já receberá o número do CNPJ, registro na Junta Comercial, na Previdência Social e até um Alvará de Funcionamento. Mas não fica por ai, é necessário a impressão de um  documento que deve ser assinado e enviado a Junta Comercial no prazo de 60 dias, junto com uma cópia do RG. Isso porque o Ministério exige a assinatura.
     Fico muito contente ao ver essa iniciativa já que os procedimentos para abertura de uma  empresa aqui no Brasil são muito demorados podendo durar até seis meses e é também uma oportunidade para o que dantes era considerado subemprego, como ambulantes, tornar-se Micro Empreendedor. Mas será que isso muda mesmo alguma coisa...creio que é só um reconhecimento ao trabalho prestado e uma maneira de se inserir esse segmento na formalidade, o que é muito bom. Agora, o pintor o vendedor de pastel, de cachorro-quente, camelô, a lavanderia, o salão de beleza, artesão, a costureira, o lava-jato, chaveiros e etc. terão oportunidade de se formalizar e receber a ajuda 0800 do Sebrae e de um contador, fora as questões já mencionadas.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pré Sal: A Dicotomia dos Partidos

     Tudo começou com a descoberta do pré-sal . A possibilidade de extrair a mais de 6.000 mil metros de profundidade uma gigantissima quantidade de pétroleo fez com que duas ideologias politicas batessem de frente. De um lado o PT que defende e acredita na força da estatal para fazer esse investimento pesado, é claro que com financiamento do governo, apoiando entao a empresa como a monopolizadora desse novo negocio, e as estrangeiras que se contentem com uma pequena parte. Do outro lado o PSDB criticando a posição tomada pelo primeiro, e o faz alegando que a Petrobras não tem tecnologia suficiente para essa empreitada, que a falta de concorrência pode prejudicar a extração do mineral, ou seja, defendem que investimentos de fora sejam favorecidos para que haja a extração, ainda que as centenas de bilhões provenientes  sejam levadas pro exterior. È claro que o governo recebe uma parte do dinheiro pelos royalties.
     Esse monopolio realmente pode ser nocivo acarretando o não desenvolvimento de tecnologia  e o que é pior, o capital para financiar o investimento possivelmente será pago com os barris extraidos e ai é que está a questão, a vontade de controlar tudo pode ter consequências negativas já que o governo defende a criação de um Fundo Social com o dinheiro do pré-sal para apoio a cultura, ciência, pesquisa e desenvolvimento, e programas socias. Mas afinal, para pagar o investimentos onde ficaria o dinheiro para o fundo...
     De qualquer forma apoio a maior participação da Petrobras. O petroléo é nosso e o dinheiro advindo dele tem mais é que ficar por aqui mesmo. E se possivel e creio que será, monta-se industrias que gerem valor ao mineral para que seja exportado em seus derivados, gerando mais riqueza ainda.
    Ahh e tem outra.. Lulalá que não venha querer usar essa descoberta como estrategia politica para eleger sua querida Dilma. Os rendimentos só virão daqui a alguns anos e é muito importante deixar tudo acertado agora, mas isso não significa que se possa utilizar desse achado para fins eleitorais.

domingo, 30 de agosto de 2009

A IDEOLOGIA DA CRISE: A ESCOLA DE CHIGAGO E O PENSAMENTO DE MILTON FRIEDMAN - POR DURVAL DE NORONHA GOYOS

A partir do início da década de 80 e, notadamente após a queda do muro de Berlin em 1989, bem como do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, começou a tornar-se dominante mundo afora a doutrina do neoliberalismo econômico desenvolvida pelo Professor Milton Friedman, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos da América (EUA).

Milton Friedman, que foi outorgado com o Prêmio Nobel de 1976, escreveu, dentre outras, a obra "Capitalismo e Liberdade", publicada originalmente em 1962, formou gerações de economistas de muitos países e influenciou as formulações de políticas econômicas dos governos de Margareth Thatcher (1979-1990), no Reino Unido, e de Ronald Reagan (1981-1989), nos EUA.

A sua doutrina que posteriormente veio a ser conhecida como a Escola de Chicago foi, na realidade, uma construção primária, anacrônica e radical a respeito da liberdade econômica como um fim em si em si próprio. Mais ainda, a liberdade econômica quase que absoluta seria um meio de se atingir a liberdade política.

A mera competição capitalista promoveria a liberdade política e responderia aos anseios do mercado (e da sociedade), já que a cooperação voluntária dos indivíduos em competição promoveria a coordenação das atividades de milhões de pessoas. Assim, o único problema ético remanescente seria a indagação sobre o que fazer um indivíduo com sua liberdade.

Assim, ao remover a organização da atividade econômica do controle da autoridade política, o mercado eliminaria esta fonte de poder coercitivo tanto nefasto quanto indesejável. O consumidor seria protegido da coação pela mera presença de outros vendedores a oferecer alternativas de produtos, e não pela ação do Estado.

Todavia, segundo Friedman, os neoliberais não advogavam a anarquia, já que contemplam um papel para o Estado, ainda que extremamente minimalista, para a produção de regras, principalmente com o propósito de definir e garantir o direito de propriedade e estabelecer os meios de pagamento, ou seja, o sistema monetário. Da mesma maneira, caberia ao Estado o papel de árbitro nas disputas entre os indivíduos, empresas e agentes econômicos diversos.

Os neoliberais não contemplam o papel do Estado como impulsionador da atividade econômica, mediante gastos públicos objetivando a criação de infra-estrutura, a geração de empregos e a viabilização de investimentos de impacto social. "Numa sociedade capitalista", escreveu Friedman em sua obra acima citada, "é apenas necessário convencer algumas pessoas ricas para a obtenção de fundos para lançar qualquer idéia, ainda que disparatada..."

Dessa maneira, o papel do Estado deveria ser muito limitado e, por conseguinte, muitas das ações tradicionais do Poder Público deveriam ser abandonadas. A educação pública deveria ser preterida em favor da educação privada. O seguro social público e o sistema de aposentadoria estatal deveriam ser abandonados.

O salário mínimo deveria ser abolido, da mesma forma que qualquer regulamentação das indústrias e o controle estatal do rádio e da televisão. Dever-se-ia buscar o fim de toda e qualquer atividade regulamentada. Não se justificariam ações para construção de moradias sociais pelo Estado, já que a iniciativa privada é plenamente apta para prover a ampla disponibilidade de casas para todos.

O Estado não deveria se envolver na criação de parques ou reservas nacionais, nem na construção de estradas públicas. Os correios devem ser uma atividade exclusivamente privada. O mercado a tudo proveria com maior eficiência, com maior liberdade e sem coação aos cidadãos.

Na área financeira, o Estado deveria ocupar-se mais na criação de regras do que atuar como autoridade. O papel do Banco Central deveria ser minimalista, se justificado, "já que o dinheiro é um valor sério demais para ser deixado para banqueiros centrais". Os controles cambiais deveriam ser abolidos e o câmbio deveria ser flutuante, já que o mercado definirá melhor qual o patamar adequado para um país com base na oferta e na procura.

A loucura da teoria da concepção do mercado como panacéia para todos os males humanos e forma eficiente de organização social não impediu que ela tivesse muitos adeptos no setor público das potências hegemônicas, bem como em países em desenvolvimento, como o Brasil, que enviaram seus futuros banqueiros centrais para serem treinados em Chicago.

A teoria de Friedman ignorou esse componente atávico da alma humana, a cobiça, bem como um fator basilar objeto de mera constatação empírica, qual seja que a competição absoluta tem uma natureza exclusivista e um objetivo destruidor. Assim, ao invés de promover a cooperação, a competição tem um efeito que lhe é antagônico e não serve para fins de organização social.

Friedman concebeu sua teoria com fundamento numa economia ainda predominantemente industrial e de troca internacional de mercadorias, e errou ao não levar em consideração o potencial desastre decorrente de enormes mercados financeiros não supervisionados pelo Estado, geridos por gananciosos operadores aéticos de um mercado sem regras.

*Sobre Durval Noronha Goyos Jr. – Sócio sênior de Noronha Advogados


Durval de Noronha Goyos Jr., uma das maiores autoridades mundiais em Direito Internacional, é também árbitro da Comissão Internacional de Arbitragem Comercial da China (CIETAC), do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).